Aproximar-se das Pessoas

Moças – Manual 1, 1992


Objetivo

Ajudar cada aluna a oferecer amizade às jovens de sua própria idade, incentivando-as a participarem das atividades e reuniões da Igreja.

Preparação

Se desejar, designe algumas jovens para apresentarem escrituras, histórias ou citações.

Sugestão para o desenvolvimento da lição

Introdução: Encontre a Semelhança

Estudo de caso Leia em voz alta as seguintes situações para as alunas. Peça-lhes que tentem descobrir o que é que está faltando em cada uma das situações. (Um amigo – alguém que se importe.)

  1. 1.

    Um homem, caído ao lado da estrada, após ter sido roubado e agredido, é ignorado por todos os que passam.

  2. 2.

    Uma jovem, usando roupas velhas e desbotadas, muito grandes para sua figura franzina, caminha sozinha para a escola, dia após dia, enquanto outras alunas de sua idade caminham em grupos alguns metros à sua frente.

  3. 3.

    Um rapaz permanece em casa todos os domingos, porque acha que nenhum membro do seu quorum do sacerdócio realmente se importa com ele.

Podemos Ser Amigos de Vários Tipos de Pessoas

Fábula Dois cachorros estavam brincando junto a uma estrada, certo dia, quando passou por ali um gato.

“Posso brincar com vocês?” perguntou o gato.

“Não!” foi a rude resposta de um dos cachorros, e o gato continuou o seu caminho.

“Por que você fez isso?” perguntou o outro cachorro.

“Cachorros não brincam com aquele tipo de animal. Os gatos são diferentes de nós. Eles fazem ruídos estranhos e querem subir em árvores a toda hora. Quero brincar com alguém mais parecido comigo.”

Alguns minutos depois, uma tartaruga muito solitária passou lentamente pela estrada. Ela também parou e perguntou aos cachorros se podia divertir-se com eles. Novamente o cachorro disse que não, e ela seguiu caminho.

“E por que ela não pode brincar?” perguntou-lhe o amigo.

“Você não não viu a cara dela? Ela não se parece conosco, e além disso é muito lenta. Provavelmente não poderia correr tão rapidamente como nós, ou perseguir coisas, como fazemos.

Quero alguém mais parecido comigo.”

“Oh”, disse o amigo.

Depois de alguns minutos um coelho cinzento passou saltitando pela estrada. Ele notou os dois cachorros brincando e parou para ver se poderia juntar-se a eles. Também foi rejeitado. Entretanto, ele queria saber por que não podia brincar.

O cachorro que havia feito a recusa parou de brincar e olhou para o coelho.

“Você é diferente de mim. Não tem a mesma cor nem a mesma cara. Não faz as mesmas coisas, não late como nós. Quero alguém mais parecido comigo.”

“Gosto de correr e saltar”, foi a resposta. “Bem…” disse o coelho.

Debate

Faça uma pausa e peça às alunas que sugiram o final da história.

História

Conclua a história:

O coelho desafiou os dois cachorros para apostarem uma corrida no bosque das redondezas.

O coelho chegou ao ponto combinado muito antes e sentou-se para esperar que os cachorros o alcançassem.

“Eu também gosto de correr e pular”, disse o coelho.

“Você é diferente de nós, não late como nós, mas é semelhante a nós de muitas maneiras”, disse o segundo cachorro. “Só que não o conhecíamos bem.”

Debate

Como podem relacionar esta história à sua própria vida?

• Por que o primeiro cachorro não queria brincar com nenhum dos outros animais?

• Por que os cachorros resolveram brincar com o coelho?

• Como poderiam aplicar estas idéias em sua vida?

• Conhecem moças em seu bairro que podem estar necessitando de alguém com quem ter amizade?

Como podem descobrir se as jovens têm interesses semelhantes aos seus?

Apresentação pela professora

Explique-lhes que nuitas vezes ignoramos outras pessoas, e não as incluímos em nosso círculo de amizades por causa de sua cor, roupas ou hábitos diferentes. Precisamos tentar conhecê-las melhor, para descobrir suas qualidade e interesses semelhantes aos nossos.

Podemos Aproximar-nos dos Outros

Debate com uso de escritura

Explique-lhes que Jesus se preocupava muito com as pessoas que estavam perdidas. Em uma certa parábola ele fala de uma moeda perdida. Peça às alunas que abram a Bíblia em Lucas 15:8-10. Solicite a uma delas que leia a parábola em voz alta.

Diga-lhes que a moeda perdida, mencionada na parábola, poderia ser comparada a uma pessoa solitária ou perdida. A mulher pode ser comparada a alguém que sente falta dela e vai procurá-la. Leia novamente a parábola, versículo por versículo, e debata como poderia aplicar-se a moças que não têm muitos amigos e que não freqüentam a Igreja regularmente.

Pergunte como o Senhor sabe quando estamos realmente preocupados com alguém.

Debate rápido

Peça à classe que debata o que pode ser feito para ajudar uma aluna a tornar-se membro participante da Igreja. Saliente que sentir e demonstrar interesse real é importante.

Estudos de caso Apresente as seguintes situações às jovens e peça-lhes que resolvam o problema:

  1. 1.

    Você encontra numa loja uma colega de classe que está menos ativa. Deseja demonstrar que se interessa por ela. O que faria?

  2. 2.

    Você convida uma amiga menos ativa para assistir à aula. Ela hesita antes de dar a resposta. Depois, diz que aparecerá qualquer dia. O que poderia fazer?

  3. 3.

    Você convida uma amiga menos ativa para uma aula das Moças. Ela diz que não quer ir, porque todos vão ficar ficar olhando para ela por vê-la de volta à Igreja. O que você poderia dizer e fazer?

  4. 4.

    Você incentiva uma aluna menos ativa a comparecer à aula, e ela responde que não gosta das reuniões. O que poderia fazer?

  5. 5.

    Você convida um membro menos ativo para assistir à aula e ela diz que não. O que poderia fazer?

Apresentação pela professora

Diga que não existe uma resposta certa para muitas situações que as jovens encontram ao tentar reativar membros menos ativos. É importante demonstrar preocupação e interesse pelo indivíduo, em cada situação. Uma atitude interessada vencerá a maior parte das dificuldades e influenciará as pessoas mais do que qualquer coisa.

Debate com uso do quadro-negro

Desenhe três velas no quadro-negro, como mostrado abaixo.

three candles

Aponte para a primeira vela acesa. Diga às alunas que esta vela representa a classe. Escreva a palavra vocês embaixo dela. Esclareça que a segunda vela simboliza um membro menos ativo – cuja chama já esteve acesa, mas que se extinguiu temporariamente. Com o auxílio da vela acesa, a segunda vela poderá acender-se novamente. Esta imagem pode representar uma pessoa ativa levando uma menos ativa a maior atividade. Desenhe uma chama na segunda vela.

• Quem vocês acham que a terceira vela poderia representar? (Um não-membro.)

Debate com uso de escrituras

A terceira vela jamais foi acesa, mas, se for tocada por uma chama já acesa, poderá brilhar como as outras duas velas. Saliente que as velas são basicamente a mesma, com todas as partes necessárias para queimar, mas elas precisam de uma fonte para começar a queimar. As pessoas são basicamente como as velas, mas se forem tocadas pelo Espiríto Santo, poderão tornar-se uma luz para o mundo, como a vela. Peça a uma aluna que leia, em Doutrina e Convênios 103:9 o que o Senhor disse a respeito dos santos.

• Quais são algumas formas pelas quais podemos ser uma luz para outra pessoa? (Escreva as respostas no quadro-negro, ao lado das velas. As respostas possíveis podem incluir sair em missão ou ser uma luz pelo exemplo, pela amizade, solidariedade e serviço.)

Desenhe uma chama na terceira vela.

História

Relate a seguinte história sobre alguém que foi utilizado para acender a vela de outra pessoa, no evangelho:

“Ela era minha melhor amiga, aquela com quem crescera e a quem conhecera desde o primeiro dia de escola. A partir daí, dividimos tudo – berços de boneca, bolachas de chocolate, chegando até o ginásio e as festas da adolescência. Havia apenas uma grande diferença entre nós. Ela ainda não conhecia a verdade como eu.

Levei doze anos para compreender que o evangelho não pertencia somente a mim, mas também a ela, e que era por meu intermédio que ela poderia encontrá-lo.

Levei meu problema aos missionários, pensando que poderia transmitir-lhes essa incumbência, mas estava enganada. ‘Você a convida e nós ensinamos’, disseram eles.

O ensino não parecia problema. A parte mais difícil seria a minha.

Telefonei a ela.

‘Oi, gostaria de vir à minha casa esta noite para assistir a um filme?’ perguntei. ‘Vai ser passado pelos novos missionários de nossa ala.’

Ela aceitou o convite, assistiu ao filme e saiu sem dizer quase nada.

Uma semana depois, os élderes foram à minha casa. ‘Já marcou uma hora para ela ouvir o evangelho?’ perguntaram.

‘Bem, ela não falou muito sobre o filme. Não sabia se devia convidá-la novamente .’ ‘Telefone e pergunte’, disse um deles. Ele era o tipo de pessoa que detesta perder tempo. Eu não ia discutir com um élder; portanto, hesitante e trêmula, peguei o telefone e disquei o número. Sempre fico pensando por que é tão difícil fazer uma coisa dessas.

‘Olá, Cristina’, disse eu, “estive pensando… bem, os élderes estão aqui em casa e … bem, eu queria saber se você gostaria de vir aqui um dia e… aprender algo mais sobre a Igreja.’

Houve uma longa pausa.

‘Bem, sim, acho que sim.’

Respirei aliviada. ‘Quando pode vir?’

‘Acho que quando você quiser.’

‘Amanhã à noite?’

‘É, está bem.’

Voltei-me para os élderes e disse: ‘Amanhã à noite, está bem?’

Eles assentiram entusiasticamente…

‘Obrigada, Cristina’, disse eu, e comecei a desligar.

‘Espere um pouco, Patrícia’, disse ela. ‘Quero que saiba que não vou concordar com o que eles disserem.’

‘Ora, não faz mal. Apenas venha!.

‘Mas eu poderia discutir com eles, e não quero fazer isso.’

‘Se não concordar com eles, não tem importância. Eles não se importam.’

O segundo passo fora dado.

Ao término da quarta visita, ela não havia discutido uma só vez. Concordou sinceramente com tudo o que os élderes disseram. Naquela noite, o élder mais jovem estava falando e, ao encerrar a palestra, olhou firmemente para ela e disse:

‘Gostaríamos de marcar seu batismo para o próximo sábado. O que acha?’

O élder mais velho conteve a respiração, pois não esperava que aquilo acontecesse tão cedo. Meu coração acelerou e mal podia respirar. Houve um breve silêncio.

Cristina fez um sinal afirmativo com a cabeça e disse, ‘Sim’.

Não me mexi, mas comecei a tremer quando eles lhe pediram que proferisse a oração.‘Ela proferiu uma oração simples e bela.

Continuei de cabeça baixa, e não conseguia levantá-la. Os missionários partiram em silêncio.

Então senti que ela me abraçava e choramos juntas.

‘Patrícia, disse ela, sorrindo em meio às lágrimas, ‘obrigada’!

Estava agradecendo o que somente ela podia dar a si mesma, agradecendo a mim, quando acabara de me presentear com a coisa melhor que eu poderia receber – sua aceitação do meu bem mais precioso, o evangelho de Jesus Cristo.” (Patti Wiltbank, “The First Step Was the Hardest”, New Era, janeiro de 1976, pp. 18-19.)

Conclusão

Apresentação pela professora

Aponte para as velas desenhadas no quadro-negro. Mencione que o Senhor disse que não devemos esconder nossa luz sob o alqueire (Mateus 5:15-16). Devemos partilhá-la com outras pessoas. A luz de uma só jovem faz grande diferença.

Testemunho

Preste testemunho de que, se tentarem honestamente oferecer amizade às pessoas, o Senhor ira abençoá-las por seus esforços. Incentive-as a partilharem conscientemente sua luz com o próximo.

Aplicação da Lição

Peça às jovens que escolham uma pessoa que elas, como classe, gostariam de reativar ou converter ao evangelho. Diga-lhes que façam um plano e tomem nota das idéias debatidas. Deverão escolher um item da lista de idéias para ser trabalhado pela classe agora.