1990–1999
Missões, Templos ⌦e Mordomia

Outubro 1995


Missões, Templos ⌦e Mordomia


Que maravilha e que satisfação é saber que cada um de nós tem a possibilidade de fazer algo para fortalecer a obra do Todo- Poderoso.

Beneficiando-me de sua fé e suas ora­ções, espe­ro ser capaz de dizer algo de útil. Na noite de sába­do pas­sa­do, uma sema­na atrás, uma gran­de con­fe­rên­cia da Sociedade de Socorro foi rea­li­za­da neste Tabernáculo. Foi ins­pi­ra­dor olhar os ros­tos que se encon­tra­vam naque­la vasta con­gre­ga­ção de mulhe­res de força, fé e capa­ci­da­de. Do mesmo modo, é uma expe­riên­cia ins­pi­ra­do­ra olhar para os irmãos e sen­tir sua força, fé, leal­da­de e devo­ção.


Esta reu­nião foi ins­pi­ra­do­ra. Ouvimos mui­tos con­se­lhos mara­vi­lho­sos que aben­çoa­rão nossa vida se os acei­tar­mos. Desejo falar hoje de dois ou três assun­tos.


O pri­mei­ro deles já foi tra­ta­do pelo Presidente Monson e pelo irmão Hillam. Endosso o que eles dis­se­ram e gos­ta­ria de fazer mais algu­mas obser­va­ções.


Refiro-me à obra mis­sio­ná­ria. Estive recen­te­men­te em Londres, na Inglaterra, e lá rea­li­za­mos uma reu­nião com os mis­sio­ná­rios que ser­vem na área. Uma parte dos ser­vi­ços foi fil­ma­da pela BBC, que está pre­pa­ran­do um docu­men­tá­rio a res­pei­to do tra­ba­lho mis­sio­ná­rio nas Ilhas Britânicas.


Antes disso, eu havia sido entre­vis­ta­do por um repre­sen­tan­te do Serviço Internacional de Rádio da BBC. Ele havia visto os mis­sio­ná­rios e obser­va­do sua apa­rên­cia jovem. Perguntou-me como eu espe­ra­va que as pes­soas des­sem aten­ção a esses jovens tão “ver­des”.


Caso não sai­bam o que sig­ni­fi­ca “verde” nesse con­tex­to, é o mesmo que ima­tu­ro, inex­pe­rien­te, sem sofis­ti­ca­ção.


Respondi ao repór­ter com um sor­ri­so: “Jovens ima­tu­ros? O que se passa com esses mis­sio­ná­rios hoje é o mesmo que se pas­sou com Timóteo nos dias de Paulo. Foi Paulo quem escre­veu a seu jovem com­pa­nhei­ro, dizen­do: ‘Ninguém des­pre­ze a tua moci­da­de; mas sê o exem­plo dos fiéis, na pala­vra, no trato, no amor, no espí­ri­to, na fé, na pure­za.’ (I Timóteo 4:12)


“O extraor­di­ná­rio é que as pes­soas os rece­bem e pres­tam aten­ção ao que eles dizem. Eles são vigo­ro­sos. São esper­tos, aler­tas e ínte­gros. Eles têm boa apa­rên­cia e as pes­soas logo con­fiam neles.”


Eu pode­ria ter ainda acres­cen­ta­do: “Eles são um mila­gre.” Eles batem ás por­tas, mas não há mui­tas pes­soas em casa numa cida­de como Londres. Por isso os mis­sio­ná­rios abor­dam as pes­soas nas ruas e con­ver­sam com elas.


Isso não é fácil para um rapaz ou moça sen­sí­vel, mas eles acre­di­tam nas pala­vras de Paulo a Timóteo: 


“Porque Deus não nos deu o espí­ri­to de temor, mas de for­ta­le­za, e de amor, e de mode­ra­ção.


Portanto não te enver­go­nhes do tes­te­mu­nho de nosso Senhor ( … )” (II Timóteo 1:7–8).


Eles reco­nhe­cem que o medo não vem de Deus, mas do adver­sá­rio da ver­da­de e, assim, desen­vol­vem a capa­ci­da­de de ini­ciar uma con­ver­sa com estra­nhos a res­pei­to de sua obra e de sua men­sa­gem. Eles e seus com­pa­nhei­ros tra­rão para a Igreja, neste ano de 1995, quase tre­zen­tos mil con­ver­sos. Isso equi­va­le a cem novas esta­cas de Sião e mais de qui­nhen­tas novas alas em um ano.


“Jovens inex­pe­rien­tes?” Sim, eles não têm sofis­ti­ca­ção, e isso é uma gran­de bên­ção. Eles não enga­nam. Eles não detur­pam quan­do falam. Eles falam de cora­ção, com con­vic­ção pes­soal. Cada um deles é um servo do Deus vivo, um embai­xa­dor do Senhor Jesus Cristo. Seu poder não advém do conhe­ci­men­to das coi­sas do mundo, mas sim da fé, da ora­ção e da humil­da­de. Como já nos foi lem­bra­do, o tra­ba­lho não é fácil. Nunca o foi. Há muito tempo, Jeremias disse que o Senhor toma­ria Seu povo, um de uma cida­de e dois de uma famí­lia e leva-los-ia a Sião e apas­cen­tá-los-ia com pas­to­res, segun­do o Seu cora­ção. (Ver Jeremias 3:14–15.) Considerando-se um mis­sio­ná­rio indi­vi­dual­men­te, a colhei­ta, em mui­tos casos, não é gran­de, mas, no todo, ela é imen­sa. O tra­ba­lho exige cora­gem, exige esfor­ço, exige dedi­ca­ção, exige humil­da­de para ajoe­lhar-se e pedir ajuda e orien­ta­ção ao Senhor.


Desafio todos os rapa­zes desta vasta con­gre­ga­ção aqui reu­ni­da a pre­pa­rem-se para ser dig­nos de ser­vir o Senhor como mis­sio­ná­rio de tempo inte­gral. Ele disse: “Se esti­ver­des pre­pa­ra­dos, não teme­reis.” (D&C 38:30) Preparem-se para con­sa­grar dois anos de sua vida a esse tra­ba­lho sagra­do. Ele é, de fato, um dízi­mo dos pri­mei­ros vinte anos de sua vida. Pensem em tudo de bom que pos­suem: a pró­pria vida, saúde, força, ali­men­to e rou­pas, pais, irmãos, irmãs e ami­gos. Todas essas coi­sas são dádi­vas do Senhor. É claro que seu tempo é pre­cio­so e você tal­vez sinta que não pode per­der dois anos. Mas pro­me­to que os anos que pas­sa­rem no campo mis­sio­ná­rio, se forem de ser­vi­ço dedi­ca­do, serão um inves­ti­men­to maior do que qual­quer outro perío­do de dois anos de sua vida. Vocês apren­de­rão o sig­ni­fi­ca­do de dedi­ca­ção e con­sa­gra­ção. Desenvolverão um poder de per­sua­são que os aben­çoa­rá duran­te o res­tan­te de sua vida. Sua timi­dez, seus temo­res e seu aca­nha­men­to irão gra­dual­men­te desa­pa­re­cen­do dian­te de sua cora­gem e con­vic­ção. Aprenderão a tra­ba­lhar com os ou­tros, a desen­vol­ver um espí­ri­to de equi­pe. O per­ni­cio­so egoís­mo será suplan­ta­do pelo dese­jo de ser­vir ao pró­xi­mo. Aproximar-se-ão mais ⌦do Senhor do que, pro­va­vel­men­te, em qual­quer outra situa­ção. Aprenderão que, sem Sua ajuda, são real­men­te fra­cos e humil­des, mas que, com Sua ajuda, podem rea­li­zar mila­gres.


Vocês apren­de­rão a ser dili­gen­tes. Desenvolverão o talen­to de esta­be­le­cer metas e de esfor­çar-se para atin­gi-las. Aprenderão a tra­ba­lhar para um único pro­pó­si­to. Que for­mi­dá­vel ali­cer­ce tudo isso será para seus futu­ros empreen­di­men­tos edu­ca­cio­nais e pro­fis­sio­nais. Dois anos não sig­ni­fi­ca­rão tempo per­di­do, mas, sim, habi­li­da­des desen­vol­vi­das. 


Vocês aben­çoa­rão a vida daque­les que ensi­na­rem e da pos­te­ri­da­de deles. Abençoarão sua pró­pria vida e a de sua famí­lia, que os apoia­rão e ora­rão por vocês.


E, acima de tudo, a paz enche­rá seu cora­ção por terem ser­vi­do bem e fiel­men­te a seu Senhor. E o seu tra­ba­lho se trans­for­ma­rá em uma demons­tra­ção de gra­ti­dão pelo Pai Celestial.


Conhecerão seu Redentor e sabe­rão que Ele é seu maior amigo nesta vida e na eter­ni­da­de. Perceberão que, por meio de Seu sacri­fí­cio expia­tó­rio, Ele abriu o cami­nho para a vida eter­na e para uma exal­ta­ção acima e além de seus mais gran­dio­sos sonhos.


Se vocês ser­vi­rem bem e fiel­men­te como mis­sio­ná­rios, serão melho­res mari­dos, melho­res pais, melho­res alu­nos e melho­res pro­fis­sio­nais na car­rei­ra que esco­lhe­rem. O amor é a essên­cia do tra­ba­lho mis­sio­ná­rio. O des­preen­di­men­to faz parte de sua pró­pria natu­re­za. A auto­dis­ci­pli­na é sua exi­gên­cia. A ora­ção abre reser­va­tó­rios de poder.


Meus pre­za­dos rapa­zes, deci­dam em seu cora­ção incluir na pro­gra­ma­ção de sua vida o tra­ba­lho no campo do Senhor, como mis­sio­ná­rios da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últi­mos Dias.


Agora, irmãos, passo a outro assun­to. O tra­ba­lho mis­sio­ná­rio provê as orde­nan­ças sal­va­do­ras para os filhos vivos de noso Pai Celestial em todo o mundo. O tra­ba­lho do tem­plo trata, pri­ma­ria­men­te, de ser­vi­ço em bene­fí­cio dos filhos e filhas de Deus que já pas­sa­ram para além do véu da morte. Deus não faz acep­ção de pes­soas. Se as pes­soas vivas de todas as nações mere­cem as orde­nan­ças sal­va­do­ras do evan­ge­lho, os que per­ten­cem a gera­ções pas­sa­das devem, do mesmo modo, mere­cê-las.


Nosso povo não pode usu­fruir todas as bên­çãos do evan­ge­lho a menos que rece­ba suas pró­prias orde­nan­ças do tem­plo e, a seguir, faça essas mes­mas orde­nan­ças para os mor­tos, quer sejam seus pró­prios fami­lia­res ou não. Para que isso acon­te­ça, deve haver tem­plos a sua dis­po­si­ção. Preocupo-me muito com isso.


Em 1954, quan­do eu ainda não era Autoridade Geral, o Presidente McKay cha­mou-me a seu escri­tó­rio e falou a res­pei­to dos pla­nos de se cons­truir um tem­plo na Suíça. Ele deu-me a desig­na­ção de encon­trar uma forma para que as orde­nan­ças do tem­plo fos­sem admi­nis­tra­das a pes­soas que falas­sem lín­guas dife­ren­tes sem que isso mul­ti­pli­cas­se o núme­ro de ofi­cian­tes do tem­plo. Desde aque­la época esti­ve muito envol­vi­do com esses edi­fí­cios sagra­dos e com as orde­nan­ças neles rea­li­za­das.


Temos atual­men­te qua­ren­ta e sete tem­plos em fun­cio­na­men­to. Oito deles loca­li­zam-se em Utah, dezes­seis em outras áreas dos Estados Unidos, dois no Canadá e vinte e um fora dos Estados Unidos e Canadá. Vinte e oito dos qua­ren­ta e sete foram dedi­ca­dos desde que pas­sei a fazer parte da Primeira Presidência, em 1981. Além des­ses, qua­tro foram rede­di­ca­dos após pas­sa­rem por gran­des refor­mas. Estamos cons­truin­do mais seis atual­men­te, loca­li­za­dos em American Fork e Vernal, no Estado de Utah; em Saint Louis, no Estado do Missouri; em Hong Kong; em Preston, ⌦na Inglaterra e em Bogotá, na Colômbia.


Anunciamos mais sete tem­plos a serem cons­truí­dos em Santo Domingo, na República Dominicana; Madri, na Espanha; Guaiaquil, no Equador; Recife, no Brasil; Cochabamba, na Bolívia; Nashville, no Estado do Tennessee; e Hartford, no Estado de Connecticut [nos Estados Unidos]. Estamos estu­dan­do a pos­si­bi­li­da­de de um outro na Venezuela.


Depois de des­pen­der anos para adqui­rir um local ade­qua­do na área de Hartford, perío­do esse em que a Igreja cres­ceu con­si­de­ra­vel­men­te nas regiões ao norte e ao sul desse local, deci­di­mos não cons­truir um tem­plo na área de Hartford neste momen­to. Em vez disso, cons­trui­re­mos um na área de Boston, Estado do Massachusetts, e um outro em White Plains, Estado de Nova York. Em outras pala­vras, have­rá dois tem­plos onde, ori­gi­nal­men­te, have­ria somen­te um. Conseguimos belos locais em ambas as áreas.


Pedimos des­cul­pas a nos­sos fiéis san­tos na área de Hartford. Sabemos que fica­rão desa­pon­ta­dos com este anún­cio. Sabem que nós e os líde­res locais da Igreja gas­ta­mos inú­me­ras horas pro­cu­ran­do um local ade­qua­do que aten­de­ria os san­tos de Nova York e da região da Nova Inglaterra. Apesar de sen­tir­mos pro­fun­da­men­te a decep­ção cau­sa­da às pes­soas resi­den­tes na área de Hartford, esta­mos satis­fei­tos de ter che­ga­do à pre­sen­te deci­são. Os tem­plos serão loca­li­za­dos em áreas que per­mi­tem aos mem­bros resi­den­tes na região de Hartford lá che­ga­rem sem terem de fazer uma via­gem muito longa.


Além disso, esta­mos pro­cu­ran­do mais seis locais para tem­plos. É um pro­je­to bas­tan­te ambi­cio­so.


Desejo muito que exis­ta um tem­plo a uma dis­tân­cia razoá­vel dos san­tos dos últi­mos dias de todo o mundo. Não pode­mos ir mais depres­sa. Tentamos fazer com que todos os tem­plos tenham uma exce­len­te loca­li­za­ção e uma boa vizi­nhan­ça duran­te um longo perío­do de tempo. O preço dos ter­re­nos em tais locais nor­mal­men­te são muito altos. Construir um tem­plo é algo muito mais com­ple­xo do que cons­truir uma cape­la. O padrão arqui­te­tô­ni­co é supe­rior. A cons­tru­ção leva mais tempo e é mais cara. O tra­ba­lho desen­vol­ve-se com a maior rapi­dez pos­sí­vel. Oro cons­tan­te­men­te para que, de algum modo, o tra­ba­lho se ace­le­re a fim de que um núme­ro maior de nos­sos mem­bros tenha aces­so mais fácil à sagra­da casa do Senhor.


Brigham Young disse certa vez que se os jovens real­men­te com­preen­des­sem as bên­çãos do casa­men­to no tem­plo, cami­nha­riam até a Inglaterra, caso isso fosse neces­sá­rio. (Ver Journal of Discourses, 11:118.) Esperamos que não te­nham de ir tão longe.


Esses mara­vi­lho­sos e sin­gu­la­res edi­fí­cios e as orde­nan­ças neles rea­li­za­das repre­sen­tam o ponto máxi­mo de nossa ado­ra­ção. Essas orde­nan­ças são as mais pro­fun­das expres­sões de nossa teo­lo­gia. Exorto nosso povo em todos os luga­res, com toda a per­sua­são de que sou capaz, a vive­rem de manei­ra sufi­cien­te­men­te digna para pos­suí­rem uma reco­men­da­ção do tem­plo; a obte­rem uma reco­men­da­ção e con­si­de­rem-na como algo valio­so; e a faze­rem um esfor­ço maior para ir à casa do Senhor e par­ti­ci­par do espí­ri­to e das bên­çãos lá encon­tra­das. Tenho cer­te­za de que cada homem ou mulher que vai ao tem­plo com sin­ce­ri­da­de de cora­ção e fé sai da casa do Senhor uma pes­soa melhor. Todos pre­ci­sa­mos melho­rar nossa vida cons­tan­te­men­te. Ocasionalmente, pre­ci­sa­mos dei­xar o baru­lho e o tumul­to do mundo e atra­ves­sar as por­tas da sagra­da casa do Senhor para sen­tir­mos Seu espí­ri­to num ambien­te de san­ti­da­de e paz.


Se todos os homens desta igre­ja, orde­na­dos ao Sacerdócio de Melquisedeque, se qua­li­fi­cas­sem para serem por­ta­do­res de uma reco­men­da­ção para o tem­plo e fos­sem à casa do Senhor reno­var seus con­vê­nios sole­ne­men­te dian­te de Deus e de tes­te­mu­nhas, sería­mos um povo melhor. Haveria pouco ou nenhu­ma infi­de­li­da­de entre nós. O divór­cio desa­pa­re­cia quase com­ple­ta­men­te. Seriam evi­ta­das mui­tas dores de cabe­ça e decep­ções. Haveria mais paz, amor e feli­ci­da­de em nos­sos lares. Haveria menos espo­sas e fi­lhos pran­tean­do. Haveria mais gra­ti­dão e res­pei­to mútuo entre nós. E tenho cer­te­za de que o Senhor fica­ria mais con­ten­te conos­co e nos aben­çoa­ria mais.


Agora, irmãos, tenho mais um assun­to antes de con­cluir; espe­ro que me des­cul­pem se eu ultra­pas­sar um pouco o tempo.


Desejo apre­sen­tar ao sacer­dó­cio da Igreja minha ava­lia­ção das con­di­ções atuais desta gran­de orga­ni­za­ção, da qual cada um de nós faz parte e na qual cada um de nós tem inte­res­se. Acho que vocês têm o direi­to de, oca­sio­nal­men­te, rece­ber tais infor­ma­ções.


Sou grato por poder dizer que a Igreja está em boas con­di­ções. Ela está sau­dá­vel. Está cres­cen­do nume­ri­ca­men­te. No final do ano de 1994, tínha­mos 9.025.000 mem­bros, um acrés­ci­mo de 300.730 em rela­ção ao ano ante­rior. Isso sig­ni­fi­ca que o núme­ro de mem­bros aumen­ta um milhão a cada três anos e meio, e tenho cer­te­za de que esse ritmo cres­ce­ria. Em ter­mos geo­grá­fi­cos, a Igreja expan­de-se pelo mundo. Creio que ela é bem geri­da. Não esta­mos, porém, livres de pro­ble­mas. Muitos dos nos­sos tor­nam-se ina­ti­vos. Muitos não vivem os prin­cí­pios do evan­ge­lho. Apesar disso, temos razões para rego­zi­jar-nos com o que vem acon­te­cen­do.


A Igreja não tem dívi­das. Digo isso ape­sar de ter­mos alguns con­tra­tos para a com­pra de pro­prie­da­des em que os ven­de­do­res insis­tem que o paga­men­to seja feito a prazo. No entan­to, temos os recur­sos neces­sá­rios para qui­tar as pres­ta­ções den­tro dos pra­zos esta­be­le­ci­dos.


Em nos­sos pou­cos empreen­di­men­tos comer­ciais, algu­mas dívi­das são uti­li­za­das como parte das téc­ni­cas de ges­tão. Mas a pro­por­ção entre o pas­si­vo e o ativo faria inve­ja aos exe­cu­ti­vos de qual­quer gran­de orga­ni­za­ção.


A Igreja vive den­tro de suas pos­ses e con­ti­nua­rá a fazê-lo. Sou pro­fun­da­men­te grato pela lei do dízi­mo. Para mim, é um mila­gre que se repe­te con­ti­nua­men­te e que é pos­sí­vel devi­do à fé de nos­sos mem­bros. É o plano do Senhor para finan­ciar o tra­ba­lho de Seu reino.


É muito sim­ples e sem rodeios, con­sis­tin­do em trin­ta e cinco pala­vras dadas na seção 119 de Doutrina e Convênios. Que con­tras­te com os com­ple­xos e difí­ceis códi­gos fis­cais com os quais con­vi­ve­mos como cida­dãos!


Nada obri­ga alguém a pagar o dízi­mo, exce­to o man­da­men­to do Senhor, e essa, obvia­men­te, é a me­lhor das razões. Que eu saiba, esta é a única gran­de orga­ni­za­ção que não eli­mi­na os que dei­xam de pagar o que pode­ria ser con­si­de­ra­do como sua men­sa­li­da­de.


O paga­men­to do dízi­mo traz con­si­go a con­vic­ção da vera­ci­da­de do prin­cí­pio.


Sabemos que esses fun­dos são sagra­dos. Eles nos são con­fia­dos para serem usa­dos com cui­da­do e pru­dên­cia. Como já men­cio­nei em certa oca­sião, tenho sobre um móvel do meu escri­tó­rio um genuí­no cei­til da viúva (é muito peque­no para ser visto, mas está lá), que me foi dado pelo irmão David B. Galbraith, na época pre­si­den­te do Ramo de Jerusalém. Guardo-o como um lem­bre­te do sacri­fí­cio que repre­sen­ta: esta­mos lidan­do com a con­sa­gra­ção da viúva, assim como a ofer­ta do rico. Agradeço a todos os que são hones­tos com o Senhor no paga­men­to de seus dízi­mos e ofer­tas, embo­ra saiba que não é pre­ci­so agra­de­cer-lhes. Seu tes­te­mu­nho da divin­da­de dessa lei e das bên­çãos resul­tan­tes de sua obser­vân­cia é tão forte quan­to o meu tes­te­mu­nho.


Não somen­te esta­mos deci­di­dos a viver como o per­mi­tem as pos­ses da Igreja, mas a cada ano colo­ca­mos de lado uma parte de nosso orça­men­to anual. Fazemos exa­ta­men­te o que suge­ri­mos a cada famí­lia fazer. Caso tenha­mos de enfren­tar momen­tos de difi­cul­da­des ⌦eco­nô­mi­cas, espe­ra­mos ser capa­zes de fazer fren­te às neces­si­da­des.


Reconhecemos a impor­tân­cia do ser­vi­ço volun­tá­rio que é con­sa­gra­do à Igreja a fim de fazer fun­cio­nar seus pro­gra­mas. Temos um ver­da­dei­ro exér­ci­to de pes­soas dedi­ca­das que doam seu tempo para aju­dar a obra. Nosso depar­ta­men­to de recur­sos huma­nos infor­ma-nos que temos atual­men­te 96.484 volun­tá­rios ser­vin­do à Igreja. Eles repre­sen­tam o equi­va­len­te a dez mil empre­ga­dos de tempo inte­gral, e seu tra­ba­lho tem um valor anual de 360 milhões de dóla­res. Eles tra­ba­lham como mis­sio­ná­rios ou volun­tá­rios em nosso Sistema Educacional da Igreja, em nossa orga­ni­za­ção de his­tó­ria da famí­lia, nos tem­plos e em vários outros depar­ta­men­tos e escri­tó­rios da Igreja. Ficamos pro­fun­da­men­te gra­tos a eles por sua mag­ní­fi­ca con­tri­bui­ção. Tenho cer­te­za de que o Senhor está con­ten­te com seu dedi­ca­do tra­ba­lho.


Nosso pro­gra­ma de edu­ca­ção reli­gio­sa diá­ria avan­ça. Onde quer que a Igreja este­ja orga­ni­za­da, o pro­gra­ma do semi­ná­rio é posto a fun­cio­nar. De modo seme­lhan­te, nos­sos ins­ti­tu­tos estão for­ne­cen­do um exce­len­te tra­ba­lho para nos­sos mem­bros em idade de fre­qüen­tar a uni­ver­si­da­de. Durante o ano leti­vo de 1995–1996, [N.T.: O ano leti­vo nos Estados Unidos tem iní­cio em setem­bro e ter­mi­na, geral­men­te, em abril ou maio] há mais de 583.000 alu­nos matri­cu­la­dos nos semi­ná­rios e ins­ti­tu­tos. Muitos de vocês, rapa­zes, que se encon­tram aqui esta noite—quero crer que quase todos—bene­fi­ciam-se desse mara­vi­lho­so pro­gra­ma da Igreja. Gostaria que todos os que estão matri­cu­la­dos no semi­ná­rio ou ins­ti­tu­to se levan­tas­sem. Vejam só! Isso diz tudo! Muito obri­ga­do.


Espero que todos os que têm esses pro­gra­mas a seu alcan­ce tirem pro­vei­to deles. O conhe­ci­men­to do evan­ge­lho aumen­ta­rá, a fé será for­ta­le­ci­da e vocês desen­vol­ve­rão mara­vi­lho­sos rela­cio­na­men­tos com jovens que são como vocês. 


Penso na difi­cul­da­de do Profeta Joseph para con­se­guir publi­car a ⌦pri­mei­ra edi­ção do Livro de Mórmon. Havia cinco mil exem­pla­res dessa pri­mei­ra edi­ção e só foi pos­sí­vel impri­mi-los devi­do à gene­ro­si­da­de de Martin Harris. Talvez lhes inte­res­se saber que, no ano pas­sa­do, dis­tri­buí­mos 3.742.629 exem­pla­res do Livro de Mórmon. O livro, ou par­tes sig­ni­fi­ca­ti­vas dele, é impres­so em oiten­ta e cinco lín­guas. Podemos não estar inun­dan­do a Terra com o Livro de Mórmon, como o Presidente Benson nos pediu que fizés­se­mos, mas não é pouco dis­tri­buir mais de três milhões e meio de exem­pla­res em um único ano.


Tive o pri­vi­lé­gio de pre­si­dir a 150ª esta­ca da Igreja, que foi cria­da em 1945, 115 anos após da orga­ni­za­ção da Igreja. Agora, pas­sa­dos exa­ta­men­te cin­qüen­ta anos, há 2.101 esta­cas de Sião. Setecentas e seten­ta e duas alas ou ramos foram orga­ni­za­dos duran­te o ano de 1994, tota­li­zan­do, no final do ano 21.774 alas e ramos. Deve ser óbvio para todos a razão pela qual temos de cons­truir tan­tos novos edi­fí­cios onde aco­mo­dar nosso povo para ado­rar e rece­ber ins­tru­ções. Temos atual­men­te 375 edi­fí­cios em cons­tru­ção. É cada vez mais caro cons­truí-los. Esperamos que cui­dem bem deles. Solicito espe­cial­men­te aos rapa­zes que se esfor­cem nesse sen­ti­do. Queremos que essas ins­ta­la­ções sejam usa­das com os pro­pó­si­tos para que foram cons­truí­das, mas não que­re­mos que sejam mal uti­li­za­das. Os cus­tos de ener­gia são altos. Apaguem as luzes quan­do as cape­las não esti­ve­rem sendo usa­das. Não dei­xem lixo espa­lha­do. Mantenham os jar­dins e quin­tais lim­pos e com boa apa­rên­cia. Onde quer que nos­sos edi­fí­cios este­jam loca­li­za­dos, eles devem indi­car, aos que pas­sam por eles, que as pes­soas que lá ado­ram crêem na lim­pe­za, orga­ni­za­ção, bele­za e res­pei­to.


Já lhes falei sobre o aumen­to do núme­ro de tem­plos. Isso acon­te­ce com todos os aspec­tos de nos­sos pro­gra­mas. Vejo um futu­ro radian­te a nossa fren­te. Não igno­ro que temos pro­ble­mas a enfren­tar. O tra­ba­lho do adver­sá­rio con­tra nós con­ti­nua, mas segui­re­mos em fren­te como os que nos pre­ce­de­ram o fize­ram. Todo homem e rapaz ao alcan­ce de minha voz esta noite tem a res­pon­sa­bi­li­da­de de aju­dar nesse gran­de tra­ba­lho de ajuda aos outros e de for­ta­le­ci­men­to pró­prio.


Obrigado por sua fé, irmãos. Obrigado por sua devo­ção. Temos cons­ciên­cia da gran­de con­fian­ça que depo­si­tam em nós. Temos cons­ciên­cia da sagra­da con­fian­ça depo­si­ta­da em nós pelo Senhor. E, de manei­ra seme­lhan­te, Ele depo­si­tou uma sagra­da con­fian­ça em cada um dos por­ta­do­res de Seu divi­no sacer­dó­cio. Como disse antes, esta­mos todos jun­tos neste tra­ba­lho. Cada um de nós tem seu papel a desem­pe­nhar na cons­tru­ção deste reino. Que mara­vi­lho­sa e que satis­fa­ção é saber que cada um de nós tem a pos­si­bi­li­da­de de fazer algo para for­ta­le­cer a obra do Todo-Poderoso.


É a obra de nosso Pai. Ela é ver­da­dei­ra. Esta é a igre­ja de nosso Redentor. O sacer­dó­cio que pos­suí­mos é real e muito pre­cio­so. Deixo-lhes meu tes­te­mu­nho, meu amor, minha bên­ção e minha gra­ti­dão, em nome de Jesus Cristo. Amém. 9