Fazer mais do que apenas ouvir

Todos os domingo ouvimos: “Ó Deus, Pai Eterno, nós te rogamos em nome de teu Filho, Jesus Cristo, que abençoes e santifiques este pão para as almas de todos os que partilharem dele, para que comam em lembrança do corpo de teu Filho e testifiquem a ti, ó Deus, Pai Eterno, que desejam tomar sobre si o nome de teu Filho e recordá-lo sempre e guardar os mandamentos que ele lhes deu, para que possam ter sempre consigo o seu Espírito. Amém.” (Doutrina e Convênio 20:77)

Agora, ao ler isso, passou rapidamente pelas palavras porque está acostumado a ouvi-las ou falou cuidadosamente cada palavra, lembrando-se de quê e para quem elas são. Seja qual for o modo como as lê, todos nós, em algum momento de nossas vidas, nos apressamos pelas palavras da oração sacramental, seja falando ou ouvindo-as. Às vezes esquecemos que simplesmente ouvir essas palavras nunca é suficiente. Precisamos estar fazendo essas palavras.

O Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, declarou recentemente em seu discurso na Conferência Geral de abril de 2019 que, “essa hora ordenada por Deus é a hora mais sagrada de nossa semana”¹. Há 168 horas em uma semana e fora de todas elas, a hora do sacramento é a mais importante.

Por quê? Élder Holland nos lembra, “Da forma mais pessoal possível, devemos nos lembrar de que Cristo morreu em decorrência de um coração quebrantado por carregar completamente sozinho nos seus ombros os pecados e as tristezas de toda a família humana.

Uma vez que nós contribuímos para esse inevitável fardo, tal momento é digno de respeito.”²

O Salvador ensinou-nos: “Se me amais, guardai os meus mandamentos” (João 14:15).

Por amor e respeito pelo nosso Salvador e Seu sacrifício expiatório, realizado por Ele em nosso favor, prometemos a cada semana não apenas ouvir as palavras da oração sacramental, mas fazê-las. Prometemos tomar sobre nós o nome do Filho, e sempre nos lembrarmos Dele e guardarmos Seus mandamentos que Ele nos dá.

Com as mudanças inspiradas que ocorreram no último ano, é óbvio que nosso amoroso Pai Celestial está guiar-nos mais para fazer e agir, e longe de apenas ouvir. O Salvador por si mesmo declarou: “Por seus frutos os conhecereis” (3 Néfi 14:16). Todas as semanas, quando participamos do pão e da água — representando o corpo e o sangue de nosso amado Salvador, Jesus Cristo — que frutos estamos mostrando a Ele?

Élder Holland acrescentou ainda: “Meus queridos irmãos e irmãs, com a fascinante nova ênfase em um aprendizado intensificado do evangelho no lar, é vital que nos lembremos de que ainda somos ordenados a ‘irmos à casa de oração e oferecermos nossos sacramentos em Seu dia santificado’ (Doutrina e Convênios 59:9). Além de reservar tempo para que haja mais ensino do evangelho no lar, nosso serviço dominical reformulado serve também para reduzir a complexidade da programação da reunião, de modo que o sacramento da ceia do Senhor seja apropriadamente enfatizado como o ponto central reconhecido e sagrado de nossa experiência semanal de adoração.”³

Nosso ponto de foco ao longo da semana deve ser nesta hora mais importante de nossa semana, e essa hora concentra-se exclusivamente em nosso Salvador. Quando estamos realmente concentrados no nosso Salvador e em seus ensinamentos, o sacramento não é apenas ir à Igreja. É fazer, é tornar-se, e não faremos mais as coisas do Salvador sem todo o coração lá.

Eu aprendi com minha própria experiência que minhas semanas são melhores quando me concentro no meu Salvador durante o Sacramento. Isso não significa necessariamente que minhas semanas são melhores porque tenho menos desafios e não tenho momentos de fraqueza. Não, este não é o caso, mas vejo-me querendo orar mais, querendo “banquetear-me com as palavras de Cristo”, querendo servir, querendo fazer e tornar-me mais, para que eu possa superar mais através do meu Salvador.

Como missionária que serviu na Missão Idaho Pocatello (julho de 2017–dezembro de 2018), passei a compreender realmente a importância e as bênçãos de guardar os convênios que renovamos durante o sacramento todas as semanas — quando eu fisicamente assumi o nome de meu Salvador usando o crachá com o nome dele. Eu percebi que, ao agir de acordo com as palavras da oração sacramental, o nome do Salvador começou a estar escrito em mais do que apenas o crachá, começou a estar escrito no meu coração. À medida que continuamos a agir em nome de nosso Salvador, a escrita em nossos corações não desaparece e acaba transformando-se em “felicidade sem fim” (Mosias 2:41) prometida a todos os verdadeiros seguidores de Cristo.

Vem, e segue-O é o convite. Vem, segue-O tomando sobre si o nome de Cristo, sempre lembrando-se Dele e guardando Seus mandamentos, é o caminho. Nenhum cuidado, reconhecimento ou atração mundana pode ser ou é mais importante que nosso Salvador. Ele é o caminho, a verdade e a vida. Pelo Seu corpo quebrado e que sangrante Ele ganhou, em todos os sentidos, aquele amor e respeito que é nosso privilégio e bênção de dar a Ele.