Liahona
Presidente M. Russell Ballard: Dedicado a compartilhar o evangelho
In Memoriam: Presidente M. Russell Ballard


“Presidente M. Russell Ballard: Dedicado a compartilhar o evangelho”, Liahona, janeiro de 2024.

In Memoriam

Presidente M. Russell Ballard: Dedicado a compartilhar o evangelho

“Jesus Cristo, o Salvador e Redentor de toda a humanidade não está morto. Ele vive: o Filho de Deus ressuscitou e está vivo, esse é o meu testemunho, e Ele dirige os assuntos de Sua Igreja hoje.”1

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Presidente Ballard em sua mesa, escrevendo

Quando M. Russell Ballard era um jovem portador do Sacerdócio Aarônico, ele e um amigo foram a uma reunião geral do sacerdócio no Tabernáculo de Salt Lake. “Estávamos nos degraus de uma escada (…) onde, na verdade, não era para estarmos”, explicou ele posteriormente. “O presidente George Albert Smith [1870–1951], com seu jeito bondoso, percebeu nossa situação e nos convidou a sentar na escada. Sentados nos degraus daquela escada, assistimos à reunião e pensei comigo que jamais teria de novo a chance de estar tão perto daquele púlpito. Lembro que disse a meu amigo ao sairmos do Tabernáculo: ‘Deve ser muito bom ser uma autoridade geral, porque aí você pode sentar lá em cima, ao púlpito, em uma daquelas cadeiras’.

(…) Eu não fazia ideia de que um dia eu serviria como bispo, presidente de missão, setenta e (…) apóstolo. Não conseguimos prever o que o Senhor tem em mente para nós. Nosso único curso de ação é estar preparados e ser dignos para qualquer coisa que Ele exija de nós.”2

O presidente M. Russell Ballard passou a vida se preparando para servir e cumprindo o serviço para o qual foi chamado. Com zelo e entusiasmo especiais pelo trabalho missionário, seu exemplo e testemunho tocaram a vida de inúmeras pessoas, incentivando todos a “se levantar, alcançar seu máximo potencial e estar plenamente preparados para servir ao Senhor”.3

Trabalho árduo e liderança

Melvin Russell Ballard Jr. nasceu em Salt Lake City, Utah, em 8 de outubro de 1928, filho de Melvin Russell Ballard Sr. e Geraldine Smith Ballard. Sendo o único filho homem dos quatro filhos do casal, Russell aprendeu a respeitar as mulheres desde pequeno.

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M. Russell Ballard quando criança

M. Russell Ballard quando pequeno

Seu pai era um empresário dinâmico e dono de uma loja de automóveis, a Ballard Motor Company. Embora durante a infância de Russell seu pai não tivesse sido um membro ativo da Igreja, Russell ainda assim comentou: “Meu pai teve um profundo impacto em minha vida. Ele fez crescer em mim o desejo de trabalhar arduamente”.4

A vida profissional de seu pai não foi o único exemplo de trabalho árduo que ele deixou para o filho. O pai de Russell tinha um pequeno pomar de pessegueiros em Holladay, Utah, onde criava abelhas que polinizavam as flores dos pêssegos. “Meu pai amava suas boas abelhas. (…) [Ele] sempre procurou me envolver em seu trabalho com suas colmeias, mas eu ficava muito feliz em deixar que ele mesmo cuidasse de suas abelhas.”5

A influência do legado de trabalho árduo que aprendeu com o pai continuaria por toda a vida de Russell Ballard. Sua irmã Ann Keddington contou: “Ele sempre trabalhou, até quando era menino”. Primeiro, ele trabalhava cortando grama e cuidando de jardins, mas depois começou a trabalhar aos sábados e após a escola na loja de automóveis do pai.6

Durante o Ensino Médio, Russell teve oportunidades de desenvolver sua capacidade de liderança, participando do grêmio estudantil na East High School, em Salt Lake, sendo presidente do seminário da East High no último ano da escola, e participando de outras atividades.7 Após o Ensino Médio, Russell estudou na Universidade de Utah. Lá, filiou-se à fraternidade Sigma Chi e ganhou o apelido de “bispo” entre os membros do grupo por seu exemplo de fidelidade à sua fé.8

Bênçãos do serviço missionário

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M. Russell Ballard quando era um jovem missionário

Retrato de M. Russell Ballard quando era um jovem missionário.

Russell foi chamado para servir na Missão Britânica em 1948, na qual foi conselheiro de dois presidentes de missão. Ele serviu logo após o final da Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, explicou que, naquela época, “os mórmons eram ‘objeto de escárnio e opróbrio’ (3 Néfi 16:9), e os missionários eram ridicularizados e escarnecidos”. Russell contou: “As pessoas até cuspiam e jogavam coisas em nós. Contudo, não recuamos”.9 Ele aprendeu com suas experiências e disse: “Adorei ser missionário na Inglaterra”.10

Uma das grandes bênçãos que Russell recebeu por ter servido missão foi um testemunho inabalável. Ele contou: “Graças à minha experiência como missionário, meu testemunho da realidade da Restauração da Igreja de Jesus Cristo por meio do profeta Joseph Smith se tornou uma âncora para mim. No Hyde Park e em várias esquinas de ruas nas Ilhas Britânicas, prestei meu testemunho de que Joseph Smith é um profeta de Deus, que o evangelho foi restaurado em sua plenitude e que a autoridade do sacerdócio para abençoar a humanidade está novamente sobre a Terra. Quanto mais eu prestava meu testemunho, mais ele se tornava parte de mim”.11

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M. Russell Ballard pregando o evangelho em uma praça

Élder Ballard pregando o evangelho em uma praça em Nottingham, Inglaterra, em 1949.

Na verdade, seu serviço missionário o ajudaria a se preparar para muitos chamados futuros. Pouco antes de ser chamado para o Quórum dos Doze Apóstolos, o élder Ballard comentou: “De todos os treinamentos que recebi em minhas designações da Igreja, nenhum foi mais importante para mim do que o que tive aos 19 anos como missionário de tempo integral nas Ilhas Britânicas. Quando olho para trás, percebo que nenhum treinamento em minha vida foi mais importante para o que estou fazendo agora na Igreja do que o treinamento que recebi como missionário de tempo integral”.12

Devoção à vida familiar

Após sua missão, Russell continuou seus estudos na Universidade de Utah. Logo depois de voltar para casa, ele foi a um baile no início do semestre letivo da faculdade. Russell explicou: “[Um amigo] me falou de uma bela aluna do segundo ano chamada Barbara, a quem ele achava que eu deveria conhecer. Ele a trouxe até onde eu estava e nos apresentou, e começamos a dançar.

Infelizmente, aquele era um baile de troca de pares, o que significava que você podia dançar com uma moça só até que alguém pedisse para substituí-lo como par dela. Barbara era muito alegre e popular; por isso, consegui dançar com ela por menos de um minuto, antes que outro rapaz a tirasse para dançar.

Aquilo simplesmente não era aceitável para mim. Depois de aprender na missão a importância de acompanhar um novo contato, consegui o telefone dela e liguei para ela, logo no dia seguinte, a fim de convidá-la para sair, mas ela estava ocupada com compromissos escolares e sociais. Felizmente minha missão me havia ensinado a ser persistente mesmo diante do desânimo e, por fim, consegui marcar um encontro. E aquele encontro levou a outros. De alguma forma, durante aqueles encontros, fui capaz de convencê-la de que eu era o único ex-missionário verdadeiro e vivo — ao menos no tocante a ela”.13

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Foto de casamento de M. Russell Ballard e sua esposa, Barbara

Russel e Barbara se casaram em 28 de agosto de 1951.

Sua persistência e dedicação valeram a pena, e ele e Barbara se casaram no Templo de Salt Lake em 28 de agosto de 1951. Eles têm sete filhos: Clark, Holly, Meleea, Tamara, Stacey, Brynn e Craig.

O élder Ballard compartilhou uma experiência que teve quando era um jovem pai, na qual aprendeu como o papel de mãe pode ser extremamente árduo. “Servi como conselheiro e depois como bispo por um período de dez anos. Durante aquela época, fomos abençoados com seis de nossos sete filhos. Barbara geralmente estava exausta quando eu chegava em casa domingo à noite. Ela tentava me explicar como era se sentar no último banco durante a reunião sacramental com nossa jovem família. Então, chegou o dia em que fui desobrigado. Depois de me sentar ao púlpito por dez anos, agora eu estava sentado com minha família no último banco.

O coro de mães da ala estava se apresentando e me vi sentado sozinho com nossos seis filhos. Nunca fiquei tão ocupado em toda a minha vida. Tinha fantoches nas duas mãos, mas aquilo não estava dando muito certo. [O lanche das crianças se espalhou] pelo chão, o que foi constrangedor. As revistas para colorir pareciam não divertir tanto quanto deveriam.

Enquanto me debatia com as crianças durante a reunião, olhei para Barbara e ela estava me observando e sorrindo. Aprendi por mim mesmo a apreciar mais plenamente o que todas [as] queridas [mães] fazem tão bem e com tanta fidelidade!”14

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Família Ballard

Élder Ballard com a família em seu aniversário de 80 anos em outubro de 2008.

A esposa dele também se lembrava do tempo que ele dedicava à família. Ele era “extremamente dedicado à família, que sempre veio em primeiro lugar”, disse a irmã Ballard. “Ele foi bispo durante muitos anos e ocupou muitos cargos na Igreja, mas essas responsabilidades nunca foram em detrimento de sua família. E, quando estava em casa, ele aproveitava o tempo o máximo possível.”15

Mais tarde na vida, o presidente e a irmã Ballard gostavam de passar tempo com os filhos, netos e bisnetos. Os filhos e os netos se lembram com carinho das férias em família visitando locais históricos da Igreja como Palmyra, Kirtland e Nauvoo, indo à dedicação do templo de Preston Inglaterra em 1998, viajando à Terra Santa e caminhando por parte da trilha dos pioneiros.

Após o falecimento de sua esposa em outubro de 2018, o presidente Ballard comentou: “Como sou grato por saber onde minha preciosa Barbara está e por saber que ficaremos juntos novamente com nossa família por toda a eternidade”.16

Fortalecido por uma herança de fé

Como descendente do irmão do profeta Joseph Smith, Hyrum, Russell Ballard sempre teve orgulho de seus antepassados pioneiros. Os dois avôs e um de seus bisavós serviram no Quórum dos Doze Apóstolos. Após ser chamado para esse ofício, o presidente Ballard afirmou: “Considero uma bênção ser um representante da família de Joseph e Hyrum e reconheço publicamente que ter sido chamado para o Conselho dos Doze Apóstolos como meu bisavô Joseph F. Smith e meus dois avôs, Hyrum Mack Smith e Melvin J. Ballard, é uma grande honra e responsabilidade. Farei o melhor que puder para ser um servo digno de tal herança.

Em várias ocasiões, meus irmãos do Quórum me garantiram que meus antepassados devem ter apoiado meu chamado nos conselhos do outro lado do véu, assim como a Primeira Presidência e o Conselho dos Doze o fizeram deste lado”.17

A visão de seu avô Melvin J. Ballard abraçando o Salvador no Templo de Salt Lake ajudou o presidente Ballard em momentos difíceis,18 bem como uma placa com as últimas palavras de seu avô na mortalidade — “Acima de tudo, irmãos, pensemos com clareza” — que ficava pendurada na parede de seu escritório. “Não há um dia em que eu vá ao meu escritório, qualquer que seja o dia da semana, sem que eu veja essas palavras”, explicou o presidente Ballard. “Sinto que elas me ajudam muito.”19 Na verdade, essas três palavras simples, “pensemos com clareza”, tornaram-se o lema da família para o presidente Ballard ao incentivar seus familiares a pensarem claramente a fim de tomar boas decisões e a se lembrarem da simplicidade do evangelho.20

O presidente Ballard foi um grande exemplo da importância de se confiar em um legado de fé e transmiti-lo para as gerações da família. Para ele, a história da Igreja e a fé dos primeiros membros estavam permanentemente ligadas à sua própria história. Ele observou que todos nós podemos “obter grande força se entendermos a história da Igreja, particularmente os jovens”.21 Embora a fé demonstrada por muitos santos tenha sido testada durante a “jornada pioneira dos mórmons no século 19, precisamos lembrar que ‘a jornada pela vida continua’ para cada um de nós ao trilharmos nosso próprio caminho com ‘fé a cada passo’”.22

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M. Russell Ballard jogando beisebol

Élder Ballard fez o primeiro arremesso cerimonial antes de um jogo dos Los Angeles Dodgers em agosto de 2009.

Fotografia: Lori Shepler/AP

Sucessos e fracassos empresariais

Em sua vida profissional, Russell Ballard trabalhou na área automotiva e com imóveis e investimentos. Russell aprendeu lições de vida por meio de fontes inesperadas e aprendeu também a importância de ouvir os conselhos de seu pai, bem como os sussurros do Espírito, tanto em assuntos espirituais como temporais.

“A Companhia Ford Motor estava procurando distribuidores para vender sua nova linha de carros”, contou ele. “Os executivos da Ford convidaram meu pai e eu para uma exposição de pré-estreia do que eles achavam que seria um produto de sucesso espetacular. Quando vimos os carros, meu pai, que tinha mais de 35 anos de experiência no negócio, aconselhou-me a não me tornar distribuidor.”

O presidente Ballard explicou: “Enquanto eu me debatia com essa ideia, também perguntei ao Senhor sobre esse assunto e Lhe pedi orientação. Era uma decisão importante, envolvia muito dinheiro e muito comprometimento de minha parte. No instante em que meu pai e eu vimos os carros, tive a nítida impressão de não ir em frente com a franquia”.

Porém, o presidente Ballard relatou: “O pessoal de vendas da Ford foi muito persuasivo, e decidi me tornar o primeiro — e de fato o último — distribuidor do Edsel em Salt Lake City. Se vocês não sabem o que é um Edsel, perguntem ao seu avô. Ele vai lhes contar que o Edsel foi um fracasso total”.

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Ford Edsel

Um Ford Edsel, modelo que Russell Ballard vendeu em sua loja de carros em Salt Lake City.

Fotografia: Getty Images

O presidente Ballard observou: “Eu acabei me distanciando dos sussurros do Espírito que havia recebido antes. Segui o conselho na seção 9 de Doutrina e Convênios, mas depois ignorei as impressões espirituais que o Senhor me deu”. Esta foi a lição que aprendeu: “Quando vocês estiverem dispostos a ouvir e aprender, alguns dos ensinamentos mais significativos da vida vêm daqueles que viveram antes de vocês. (…) Se vocês os ouvirem e seguirem seus conselhos, eles vão ajudá-los a fazer escolhas que vão beneficiá-los e lhes trazer bênçãos, e vão guiá-los para que não tomem decisões que possam destruí-los”.23

Embora tenha sido, de modo geral, bem-sucedido em todos os seus empreendimentos, Russell encarou esse fracasso como uma experiência de aprendizado que o ajudou a “pensar com clareza” a respeito desse tipo de decisão no futuro.24

Serviço ao Senhor

Após servir duas vezes como bispo, Russell Ballard serviu em sumos conselhos e como consultor em um quórum de sacerdotes antes de ser chamado para presidir a Missão Canadá Toronto em julho de 1974. Esse chamado foi uma valiosa preparação para suas futuras designações ao servir em tempo integral na Igreja. Dois anos mais tarde, em 3 de abril de 1976, ele foi chamado como membro do primeiro quórum dos setenta. Foi chamado para a presidência desse quórum em 21 de fevereiro de 1980. Em 6 de outubro de 1985, foi chamado como membro do Quórum dos Doze Apóstolos, aos 57 anos de idade. Sua ordenação a esse chamado, em 10 de outubro de 1985, pelo presidente Spencer W. Kimball (1895–1985), foi a última ordenança do sacerdócio realizada pelo presidente Kimball antes de falecer.

Em 14 de janeiro de 2018, após o falecimento do presidente Thomas S. Monson (1927–2018) e da designação do presidente Russell M. Nelson como 17º presidente da Igreja, o presidente Ballard foi designado como presidente em exercício do Quórum dos Doze Apóstolos.

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Presidente Ballard e presidente Nelson

Presidente Russell M. Nelson e o presidente Ballard no pátio externo do Vaticano, em Roma, Itália, em março de 2019.

Como autoridade geral, o presidente Ballard teve oportunidade de estar envolvido na obra do Senhor de várias maneiras. Serviu como diretor executivo do Departamento Missionário e também dirigiu o Departamento de Currículo e o Departamento de Correlação da Igreja. Ajudou a supervisionar o Comitê de Assuntos Públicos da Igreja.

Em 1980, ele autorizou a construção da primeira capela na Nigéria. Quatro anos mais tarde, voltou à África e viajou pela Etiópia durante um período de fome no país para decidir como os fundos obtidos por meio de um jejum mundial seriam distribuídos. Na companhia de Glenn L. Pace, que era diretor do Departamento de Serviços de Bem-Estar da Igreja, encontrou-se com o único membro da Igreja na Etiópia naquela época, um homem que era portador do Sacerdócio de Melquisedeque. Durante aquela reunião, o presidente Ballard fez uma oração e deixou uma bênção sobre a Etiópia na qual, segundo o irmão Pace, “ele invocou o poder e a autoridade do santo sacerdócio de Melquisedeque e ordenou aos elementos que se unissem para trazer chuva para a terra, a fim de começar a aliviar aqueles que estavam sofrendo havia tantos anos. Não chovia há um ano, e a oração foi feita num domingo claro e ensolarado”.

Mais tarde, naquele mesmo dia, o irmão Pace observou: “Eu estava sentado a uma pequena mesa, escrevendo em meu diário, quando ouvi o som de um trovão. Fui até o pátio exatamente quando uma chuva torrencial havia começado a cair. (…) Depois, fui até o quarto do élder Ballard e bati à porta. Quando ele chegou à porta, pude ver que ele estava tão impressionado quanto eu. Fizemos uma oração de agradecimento e retornamos à reclusão do quarto e de nossos pensamentos. Daquele dia em diante, choveu em todos os lugares onde estivemos”.25 Para o presidente Ballard, essa foi uma experiência que mudou sua vida.

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Élder Ballard na Etiópia

O élder Ballard visita a Etiópia durante período de fome em 1985 para determinar como usar melhor os mais de 6 milhões de dólares que os membros da Igreja doaram durante um jejum especial.

Outra experiência memorável ocorreu em 1988, quando o presidente Ballard criou sete estacas em Lima, Peru, em apenas um fim de semana. Seu avô, o élder Melvin J. Ballard, havia dedicado a América do Sul para a pregação do evangelho em 1925, prevendo o extraordinário crescimento da Igreja naquele continente. O presidente Ballard disse: “[Essa experiência] (…) foi especial para mim porque senti uma profunda influência do meu avô e, por isso, soube que estava cumprindo parte de sua extraordinária profecia”. 26

Ensinamentos

Em todos os seus ensinamentos, o presidente Ballard salientou a importância de se obter um testemunho e de compartilhar a mensagem do evangelho restaurado: “Se não tivermos o entendimento e a disposição para ensinar as pessoas a respeito da Restauração do evangelho de Jesus Cristo por intermédio do profeta Joseph Smith, quem o fará?”27 Com frequência, ele desafiava os membros a marcar uma data como limite para encontrar uma pessoa com quem compartilhar o evangelho e, depois, ele fazia questão de acompanhar o andamento do desafio.

Ele também reconhecia o papel fundamental das mulheres no lar e na Igreja, ensinava como usar os conselhos de maneira eficaz e defendia o trabalho dos missionários de tempo integral e de membros missionários de tal maneira que um de seus colegas apóstolos disse que a inicial “M” do seu nome significava “missionário”.28

Com sua postura otimista, ele incentivou os missionários e os membros no mundo inteiro a trabalhar na obra missionária. Na Universidade Brigham Young, lembrou aos estudantes, muitos deles ex-missionários ou missionários em perspectiva, de que “o crescimento da Igreja (…) está realmente nas mãos de vocês, nas minhas mãos e nas dos membros ativos da Igreja”. Quando o presidente Ballard ouviu dizer que o evangelho precisava ser levado a todas as almas do mundo, ele disse: “Pensei comigo mesmo: (…) o Senhor está nos pedindo algo que é impossível. [Mas] não é impossível. Não é impossível se os membros da Igreja vestirem a camisa e fizerem o que Ele pediu, ou seja, envolverem-se ativamente na pregação do evangelho pelo mundo inteiro”.

“Não precisamos nos preocupar a respeito do crescimento da Igreja”, disse ele. “O Senhor vai prover, vai nos elevar, nos inspirar e fazer com que seja possível que Sua obra siga adiante. (…) Que Deus os abençoe, então, e me abençoe, para que tenhamos a coragem, o bom senso, a disciplina pessoal e a preparação a fim de estarmos prontos de todas as maneiras para fazer a nossa parte, seja ela qual for, na edificação do reino de Deus na Terra.”29

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Presidente Ballard e outras pessoas na Escócia

Na Escócia, para se reunir com líderes governamentais em outubro de 2021, o presidente Ballard visitou a igreja que seus trisavós frequentavam, junto ao cemitério onde eles foram sepultados.

Testemunho do evangelho restaurado

O testemunho que teve início em sua infância, que foi solidificado durante a missão e fortalecido durante sua vida de serviço foi sempre alicerçado na simplicidade das verdades do evangelho. “Elevo minha voz ao mundo inteiro para prestar testemunho de que sei, sem sombra de dúvida, que Joseph Smith inaugurou esta dispensação por revelação divina e iniciou a Restauração da Igreja de Jesus Cristo na Terra.”30

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Líderes da Igreja no Centro de Visitantes do Templo de Roma Itália

Com a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos para a dedicação do Templo de Roma Itália em 2019.

Ele declarou que nossa fé “deve estar centralizada em Jesus Cristo, em Sua vida, em Sua Expiação e na Restauração de Seu evangelho na Terra nos últimos dias. (…)

Nada é mais extraordinário ou mais importante nesta vida do que saber que Deus, nosso Pai Eterno, e Seu Filho, Jesus Cristo, falaram dos céus novamente e chamaram profetas e apóstolos para ensinar a plenitude do evangelho eterno mais uma vez sobre a Terra”.31

Com certeza, sua vida de serviço e devoção para acelerar a obra do Senhor o ajudou a se tornar o que o Senhor esperava dele. “Meu entendimento do evangelho me orientou quanto ao tipo de pai e avô que devo ser. Meu testemunho, adquirido em minha juventude, tem me ajudado a aceitar cada chamado na Igreja, inclusive o extraordinário chamado para ser um membro do Quórum dos Doze Apóstolos. Meu testemunho, adquirido há muito tempo nas esquinas das ruas da Inglaterra, cresceu linha sobre linha e preceito sobre preceito até o ponto de eu poder estar diante de vocês (…) e testificar, como testemunha especial do Senhor Jesus Cristo, que nosso Salvador vive e que Ele é o Filho de Deus, nosso Pai Eterno. Minha vida nunca mais foi a mesma desde que ancorei minha alma às verdades do evangelho restaurado de Jesus Cristo.”32

Notas

  1. M. Russell Ballard, “A Expiação e o valor de uma alma”, A Liahona, maio de 2004, p. 86.

  2. M. Russell Ballard, “A pureza precede o poder”, A Liahona, janeiro de 1991, p. 39.

  3. M. Russell Ballard, “A melhor de todas as gerações de missionários”, A Liahona, novembro de 2002, p. 47.

  4. Em Kathleen Lubeck, “Elder M. Russell Ballard: True to the Faith”, Ensign, março de 1986, p. 6.

  5. M. Russell Ballard, “Ocupar-se zelosamente”, A Liahona, novembro de 2012, p. 29.

  6. Ver Lubeck, “Elder M. Russell Ballard”, p. 6; Carolyn Hyde, On the Lord’s Errand: A Biography of Elder M. Russell Ballard of the Quorum of the Twelve Apostles, 2007, pp. 35–36.

  7. Ver Hyde, On the Lord’s Errand, p. 32.

  8. Ver Lubeck, “Elder M. Russell Ballard”, p. 6; Hyde, On the Lord’s Errand, p. 36.

  9. M. Russell Ballard, “O Senhor precisa de você agora mesmo!”, A Liahona, setembro de 2015, p. 17.

  10. M. Russell Ballard, “Sharing the Gospel Using the Internet”, Ensign, julho de 2008, p. 62.

  11. M. Russell Ballard, “Anchor to the Soul”, devocional na Universidade Brigham Young, 6 de setembro de 1992, pp. 5–6, speeches.byu.edu.

  12. M. Russell Ballard, “Preparar-se para servir”, A Liahona, julho de 1985, p. 47.

  13. M. Russell Ballard, “Acompanhamento”, A Liahona, maio de 2014, p. 78.

  14. M. Russell Ballard, “Filhas de Deus”, A Liahona, maio de 2008, p. 108.

  15. Barbara B. Ballard, em Lubeck, “Elder M. Russell Ballard”, p. 9.

  16. M. Russell Ballard, “A visão da redenção dos mortos”, Liahona, novembro de 2018, p. 73.

  17. M. Russell Ballard, “Choose to Serve”, devocional da Universidade Brigham Young, 5 de janeiro de 1986, p. 2, speeches.byu.edu.

  18. Ver, por exemplo, a experiência do presidente Ballard quando era bispo e ajudou a ala a levantar fundos para construir uma capela (“As bênçãos do sacrifício”, A Liahona, julho de 1992, p. 80).

  19. M. Russell Ballard, “Let Us Think Straight”, devocional na Universidade Brigham Young, 29 de novembro de 1983, p. 2, speeches.byu.edu.

  20. Ver Hyde, On the Lord’s Errand, pp. 21–22.

  21. M. Russell Ballard, “Hyrum Smith: Firme como os pilares do céu”, A Liahona, janeiro de 1996, p. 6.

  22. M. Russell Ballard, “A jornada continua!”, A Liahona, novembro de 2017, p. 105.

  23. M. Russell Ballard, “Aprender as lições do passado”, A Liahona, maio de 2009, p. 31; M. Russell Ballard, “Let Us Think Straight”, p. 6.

  24. Ver Hyde, On the Lord’s Errand, p. 49.

  25. Glenn L. Pacce, em Hyde, On the Lord’s Errand, p. 260–261.

  26. M. Russell Ballard, “Reflections on the Life of Melvin J. Ballard”, discurso proferido no Cache Valley Heritage: Mormon Religious Leaders and Their Origins, 4 de maio de 1991, em Hyde, On the Lord’s Errand, p. 409–410.

  27. M. Russell Ballard, “Agora é o momento”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 88.

  28. Ver Hyde, On the Lord’s Errand, p. 203.

  29. M. Russell Ballard, “Future Challenges for an International Church”, devocional na Universidade Brigham Young, 8 de novembro de 1984, speeches.byu.edu.

  30. M. Russell Ballard, “Maravilhosas são as revelações do Senhor”, A Liahona, julho de 1998, p. 35.

  31. M. Russell Ballard, “Anchor to the Soul”, p. 2

  32. M. Russell Ballard, “Anchor to the Soul”, p. 6