Encontrar alegria em Cristo apesar de voltar mais cedo da missão

Ir para a missão é difícil, mas voltar da missão é tão difícil quanto ir, principalmente quando o retorno ao lar é mais cedo do que o planejado. Você se preocupa com o que os outros vão falar ou como vão se comportar perto de você. Será que vão me criticar? Ficar decepcionados ou envergonhados? Você se preocupa se vai se sentir como se não fosse bom ou forte o bastante. Quer saber se tem algo de errado com você ou se tomou a decisão errada de ir para a missão. Eu me preocupei com todas essas coisas.

Quando decidi servir missão, fiquei emocionada. Sabia que era o que o Senhor queria que eu fizesse. Os meses seguintes foram uns dos mais felizes da minha vida. Depois da ótima experiência que tive no Centro de Treinamento Missionário, achei que o restante da minha missão na Argentina seria do mesmo jeito, mas não foi.

Em minha missão, lutei contra a ansiedade, o medo e o desespero — coisas que nunca havia vivido antes, pelo menos não naquela intensidade. O presidente da missão fez de tudo para me ajudar. Finalmente, decidi ir para casa. A princípio, essa decisão foi fácil de ser tomada, mas ao voltar para casa, todas as perguntas mencionadas anteriormente começaram a me preocupar.

Aprendi que, com o passar do tempo, o Salvador proporciona cura e esperança se as buscarmos sinceramente. Acredito firmemente que há uma lição a ser aprendida em todas as experiências que temos na vida, tanto as boas como as ruins. No tempo do Senhor, Ele me ensinou algumas lições preciosas que agora são de grande valor para mim.

Servir missão era a coisa certa para mim, mas por alguma razão, não era para eu servir por 18 meses. Deus tem outro plano para mim. Ainda não sei com certeza em que direção minha vida está caminhando, mas estou bem com isso. O que sei é que estou fazendo o que Ele quer que eu faça agora. Durante os quatro meses que passei na Argentina, meu testemunho e minha conversão se fortaleceram. Conheci pessoas incríveis e devo ter influenciado a vida daquelas que Ele desejou que eu influenciasse. Não me arrependo mais da minha experiência nem gostaria que tivesse sido diferente. Foi exatamente o que eu precisava, e ela se tornou sagrada para mim.

Recentemente, li um discurso do élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, que me ajudou a entender minha experiência: Ele disse:

“A vida de uma pessoa ( . . .) não pode ser ao mesmo tempo cheia de fé e livre de aflições. ( . . .).

Portanto, como podemos realmente esperar deslizar inocentemente pela vida, como se disséssemos: ‘Senhor, dá-me experiência, mas não a dor, o sofrimento, a angústia, a oposição, a traição e nem — principalmente — o abandono. Afasta-me, ó Senhor, de todas as experiências que fizeram de Ti o que Tu és! Depois, permita-me voltar e habitar Contigo e compartilhar plenamente de Tua alegria!’” (“Para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos”, A Liahona, julho de 1991, p.100.)

O Salvador não se tornou quem Ele é apesar das provações que viveu. Ele se tornou quem é por causa dessas provações. Elas ajudaram a moldar Seu caráter perfeito e deram a Ele a capacidade de sentir a alegria que sente agora. Sinto-me privilegiada por ter tido uma experiência que pôde moldar meu caráter. Não foi o que pedi, e com certeza não foi o que eu queria, mas Deus conhece meu potencial e quer que eu compartilhe de Sua alegria. Essa alegria é algo que não posso entender sem também conhecer o sofrimento, a tristeza, a dor e a oposição. Voltar mais cedo para casa foi uma das coisas mais difíceis pelas quais já passei, mas agora, com a perspectiva e a ajuda do Salvador, parece que o preço que paguei foi pequeno em comparação ao que ganhei.

Portanto, tenha fé e confie no Salvador. Tenha esperança! Nossa vida nuca será exatamente como planejamos. Não será livre de dores ou aflições; mas teremos alegria após cada momento difícil. Ele sempre desejou que você tivesse alegria.