A Casa do Senhor

Quando menino, pensei que o templo no meu país natal, a Nova Zelândia, era o edifício mais bonito que eu poderia imaginar. Como o templo de Durban na África do Sul, ficava majestosamente em uma colina proeminente e era cercado por uma bela paisagem. À noite, era banhada por luz branca e podia ser vista a quilômetros. Por muitas décadas, foi literalmente um farol atraindo pessoas de todas as ilhas do Pacífico Sul.

Mas o que tornava o templo verdadeiramente bonito para mim era o que acontecia dentro de suas paredes. Dentro de suas paredes, foi onde fui selado aos meus pais e família quando menino, apenas alguns meses após a dedicação do templo. Foi onde senti o Espírito ao ser batizado quando jovem pelos antepassados que haviam morrido. Foi onde fui investido antes de partir para a minha missão. O templo tornou-se um símbolo vital para mim de vínculos eternos com a família e uma conexão com o céu e o Espírito do Senhor.

Assim também, este magnífico templo em Durban será um lugar de lembranças sagradas para as próximas gerações. Dentro dessas paredes, serão realizadas ordenanças vitais para os entes queridos falecidos que não poderão ser realizados em nenhum outro lugar. Sobre esse trabalho altruísta, o apóstolo Paulo disse: “que eles, sem nós, não podem ser aperfeiçoados — nem podemos nós, sem nossos mortos, ser aperfeiçoados”.¹

Aqui, jovens apreensivos, porém entusiasmados, com chamados missionários em mãos receberão suas investiduras antes de percorrerem o mundo todo para pregar o evangelho. Em um serviço de dedicação como esse há dois séculos, a oração dedicatória do templo de Kirtland incluía o apelo inspirado “que teus servos saiam desta casa armados de teu poder; e que teu nome esteja sobre eles … E que deste lugar levem novas sumamente grandes e gloriosas aos confins da terra.”²

É dentro das paredes deste templo que será criada a união eterna das famílias. Os casais ajoelhar-se-ão sobre o altar na mais bonita sala de selamento. Jamais esquecerei a experiência de olhar nos olhos de minha esposa sem pensar em mais ninguém na sala, sentindo tanta alegria por saber que naquele momento estávamos comprometendo-nos um ao outro por toda a eternidade. Convido todas as crianças e jovens a terem como objetivo se casar no templo. Deixe o Espírito do Senhor confirmar que você não se contentará com nada menos que um casamento celestial.

É dentro das paredes do templo, onde aqueles que amamos se sentirão tão próximos, mesmo que agora estejam do outro lado do véu. Aqui, o glorioso plano de salvação é revelado. Aqui podemos chegar com nossas preocupações mais profundas e sentir paz e conforto ao voltarmos nossos pensamentos para Jesus Cristo, cuja casa é essa. Alguns anos atrás, eu estava a lidar com uma profunda preocupação em relação a um de nossos filhos. Isso me causou muitas noites sem dormir e muita ansiedade ao longo de muitos meses. Decidi procurar uma resposta para a pergunta que estava a incomodar-me, indo ao templo. Enquanto estava lá, em uma experiência pessoal e sagrada, a palavra do Senhor veio à minha mente na forma de uma simples escritura: “não julgais, para que não sejais julgados”,³ e eu sabia que minha pergunta havia sido respondida. Isso trouxe paz e conforto e continuou a guiar-me nos anos seguintes. Sou testemunha da promessa do Presidente Nelson de que, ao cumprirmos com alegria este compromisso com o Senhor de estar em Sua santa casa, Ele proporcionará os milagres que Ele sabe que precisamos.

Antes de passarmos pelas portas do templo, se olharmos para cima, veremos as palavras “Santidade ao Senhor”. Cada vez que chegamos, somos lembrados de nosso convênio e promessa de procurarmos nos tornar mais santos em nossas vidas pessoais.

Também veremos as palavras “A Casa do Senhor”. Isso nos lembra que o templo não é o templo Zulu, nem o templo Indiano, nem o templo Inglês, Afrikaans ou Xhosa, mas é a “Casa do Senhor”, para a qual Jesus Cristo convida a todos os que são dignos e O procuram. No templo, nossa identidade primária não é mais definida por nossas diferentes raças, nossas diferentes culturas ou idiomas. Quer sejamos o presidente da Igreja ou o mais novo membro, cada um de nós se veste com roupas brancas simples, simbolizando a igualdade diante de nosso Pai Celestial. Sentamo-nos lado a lado sem distinção baseada em riqueza ou posição social. E cada vez que chegamos ao templo, aprendemos sobre a nossa identidade mais importante, nossa identidade eterna — como filhos e filhas de Deus, chegando em humildade para fazer convênios e participar de ordenanças sagradas que nos levarão de volta ao nosso Lar Celestial.

Que alegria sentimos por saber que o Senhor está a derramar Suas bênçãos sobre seus amados filhos nesta parte de África. Assim como este belo edifício será um farol de luz para todos que passam, que os convênios sagrados que fazemos dentro das paredes deste belo templo sejam um lembrete constante do perfeito amor de Deus por nós.