O evangelho mudou minha vida

Por muito tempo, eu me senti sozinho. Nunca tive muitos amigos, fosse na escola, em meu bairro ou até mesmo na rua onde eu morava. Às vezes, eu simplesmente não me sentia amado ou sentia como se ninguém se importasse comigo. Cresci como filho único, mas sempre soube que tinha uma outra irmã. Por sermos filhos de mães diferentes, nós nunca tivemos tanto contato. Mas, à medida que fui crescendo, decidi me aproximar mais de minha irmã.

Quando eu tinha 14 anos de idade, ela me convidou para passar o fim de semana em sua casa. Porém, ela estipulou uma regra: eu deveria acompanhá-la à igreja no domingo. Eu tinha vários preconceitos com religião naquela época. Por isso, fui bem relutante à capela naquela manhã. Para minha surpresa, a partir do momento que entrei na igreja, vários jovens vieram falar comigo. Eles queriam saber mais sobre mim, de onde eu era e o que eu gostava. Eles me acompanharam durante todo o período de reuniões na igreja e se certificaram de que eu estava entendendo tudo o que estava sendo ensinado.

Naquele dia, senti algo que nunca havia sentido antes: eu me senti amado, importante e senti que não estava sozinho. Ainda assim, minha antipatia por igrejas me fez acreditar que uma vida religiosa não era para mim. Por isso, recusei receber as lições das missionárias e voltei para minha “vida normal”. Depois daquele fim de semana, rapidamente meus sentimentos de vazio voltaram. Com o passar do tempo, comecei a sentir dores fortes em meu corpo, que não eram normais. Algumas vezes, elas até me impediam de andar ou de me locomover. Essas dores somente intensificaram meus sentimentos de solidão e tristeza. Eu não saía de casa e passava todos os meus dias deitado, assistindo televisão e vídeos na internet. As dores aumentaram tanto ao ponto de eu ser internado. Logo descobri a causa: eu tinha uma doença crônica no intestino. Fiquei na UTI por 44 dias. Durante esse tempo, algo muito estranho aconteceu. Ainda que estivesse completamente sozinho e isolado, sentia como se alguém estivesse ao meu lado, cuidando de mim. Sentia um consolo e alento que não podia explicar. Isso me fez acreditar na existência de Deus e me deu uma nova resolução: de agora em diante, eu queria frequentar uma igreja.

Após sair do hospital, visitei várias igrejas. Ainda que muitas delas fossem interessantes, eu não parecia encontrar o que estava buscando. Minha irmã, notando meu interesse, convidou-me repetidas vezes para ir à igreja novamente, mas eu sempre recusava com veemência. Pensava que encontraria a verdade em algum outro lugar. Após meses tentando, finalmente cedi e aceitei visitar a Igreja de Jesus Cristo de novo. Dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar, mas eu discordo. Naquele domingo, quando entrei na capela, a mesma experiência que tive antes se repetiu: a recepção calorosa e carinho dos jovens, e o sentimento doce de que eu era especial e que, em algum lugar, alguém me amava. Isso fez com que eu imediatamente aceitasse receber as lições das missionárias. Depois de um mês sendo ensinado, decidi me batizar.

Esse evangelho mudou minha vida. Todos os sentimentos de rejeição e abandono que me atormentavam foram embora. Eu me sinto extremamente amado em todos os momentos. Sinto-me completo, como se tivesse encontrado uma parte de mim que estava faltando. Minha proximidade com minha família aumentou. Ganhei amigos em quem posso confiar, uma perspectiva eterna e ânimo para viver. O céu parece mais azul, e os dias mais claros. Não sei bem explicar, mas eu diria que não tinha nada e agora tenho tudo. Nunca imaginei que seria tão feliz. O Livro de Mórmon diz que os “homens existem para que tenham alegria” (2 Néfi 2:25). E eu encontrei verdadeira alegria no evangelho de Jesus Cristo.