2019
Aperfeiçoados em Cristo através do Amor e Serviço — Um para o Outro
Julho de 2019


MENSAGEM DO LÍDER LOCAL DE SACERDÓCIO

Aperfeiçoados em Cristo através do Amor e Serviço — Um para o Outro

“Muitos dos desafios que enfrentamos hoje estão relacionados com a perspectiva que usamos para viver o evangelho. Uma certamente nos aproximará da influência do Espírito Santo e a outra certamente nos conduzirá a um caminho que pode resultar na perda da influência do Espírito.”

Quando pensamos nos servos do Senhor que viveram antes de nosso tempo, pensamos muitas vezes nos grandes profetas e heróis da Bíblia ou do Livro de Mórmon.

Todos tinham em comum o desejo de servir ao Senhor e ao seu povo. Nós nos lembramos de Moisés — que renunciou a uma vida como Príncipe do Egito para guiar e libertar o povo de Israel do cativeiro — com todas as dificuldades, provações e bênçãos associadas a essa escolha.

Lembramo-nos de Abraão — que andou com o Senhor e seu exemplo ao buscar as bênçãos do sacerdócio e procurar ser um homem justo até se tornar “o Pai das nações”.

Lembramos de Néfi — sua obediência e fé, bem como a busca de testemunho pessoal sobre as revelações dadas a seu Pai, Leí.

Nós os vemos apartir dessa perspectiva espiritual e aprendemos com seus exemplos e escolhas. Suas experiências ajudam-nos a crescer espiritualmente, servir melhor, ser mais amorosos, fiéis, obedientes e a ser instrumentos nas mãos do Senhor onde quer que estejamos e dentro de nossa esfera de ação e influência. Em outras palavras, viemos a Cristo e nos esforçamos a ser aperfeiçoados Nele.

Por outro lado, poderíamos escolher também olhar para suas vidas de uma perspectiva diferente; uma que procura falhas neles para justificar as nossas próprias falhas ou a nossa falta de fé e compromisso com o Senhor.

Muitos dos desafios que enfrentamos hoje estão relacionados com a perspectiva que usamos para viver o evangelho. Uma certamente nos aproximará da influência do Espírito Santo e a outra certamente nos conduzirá a um caminho que pode resultar na perda da influência do Espírito, por causa da falta de perspectiva e más escolhas, falta de arrependimento, orgulho e desejos mundanos.

O Senhor nos ensinou em Mateus 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom”. Séculos antes, Josué disse a Israel: “Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Josué 24:15, grifo do autor).

Vivemos em um momento maravilhoso de revelação para nos ajudar a nos tornarmos o melhor que podemos. Desde ministrar de uma maneira “nova e mais santificada” a “viver o evangelho centrado no lar e apoiada pela Igreja” estamos sendo convidados a crescer espiritualmente, a aproximarmo-nos de nosso Salvador e de Seu exemplo e a viver e praticar o Seu evangelho. Em outras palavras, ame a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

A irmã Ivone Armada, da Estaca de Luanda em Angola, decidiu em sua vida usar a perspectiva do Salvador como um guia para a sua vida evangélica. Com a permissão dela, compartilho os seus comentários. Ela escreveu:

“Em algum momento da minha vida, finalmente consegui parar de trabalhar para acompanhar o crescimento e a gestão dos filhos. Mas eu queria fazer algo mais para contribuir para o crescimento da vida de alguém.

Orei ao Senhor e no final da oração um “anjo” foi colocado em minha vida — uma amiga que começaria a ter instruções sobre como ser uma facilitadora para dar aulas de alfabetização.

Começamos o treinamento para isso e quando acabou, difundi o projeto na Igreja e na comunidade e, assim, formei uma aula onde eu poderia ensinar durante um ano letivo para crianças e adultos com necessidades de alfabetização.

Foi um grande presente na minha vida, na verdade para toda a minha família, já que a preparação das aulas tornou-se um projeto familiar. Este projeto tornou-se um farol — não só na vida dos alunos, mas também na minha — aprendi muito com eles sobre sacrifício e perseverança.

Três anos depois, no dia da criação da Estaca Angola, tive a grande bênção de reunir-me com vários desses estudantes (um adulto e o resto — jovens) e quão maravilhoso foi ouvi-los dizer que nunca mais reprovaram de classe, eles estavam tão animados, meu coração disparou e lembro-me de olhar para cima e dizer em silêncio: ‘Obrigado Pai Celestial’.

Ao ouvir uma das irmãs adultas que participou da aula dizer que por causa dessas aulas, ela conseguiu abrir um pequeno negócio que supriu as necessidades de sua família, nos abraçamos e começamos a chorar de gratidão. Meu marido e as pessoas ao meu redor estavam perplexos ao olharem, meu marido percebeu o porquê daquele abraço.

Com essa experiência, o que é encontrado em Doutrina e Convênios 81:5 e 84:106 ganhou um tremendo peso no meu crescimento pessoal e espiritual. Tornei-me uma pessoa mais humilde e com o propósito de deixar um legado de maior serviço ao meu ‘próximo’.”

Graças a essa experiência, a Irmã Ivone continua contribuindo na formação e no desenvolvimento de outras pessoas. Ela foi além do que era requerido dela e usou o seu tempo e talento para ajudar os outros na Igreja e em sua comunidade. Ela realmente ministrou aos necessitados e foi abençoada muito, além de suas expetativas, por causa disso.

Convido a todos nós a fazer o mesmo e procurar oportunidades para servir nosso Deus e nosso próximo, mostrando através de serviço e amor, o nosso amor por Deus e seus filhos. Que o Senhor Jesus Cristo nos encha com o Seu amor enquanto O buscamos humildemente através da oração, fé e boas obras — para que possamos ser refinados pelo Mestre e cumprir o Seu convite de nos tornarmos mais semelhantes a Ele. Eu testifico que Ele vive. Ele nos ama. Ele está ciente de nós e Seus braços estão sempre abertos para um dia receber-nos de volta a casa novamente.

Artur J. Miranda foi chamado como Setenta de Área em 2017. É casado com Mónica Tulia Granja Cardoso; eles são pais de dois filhos.