2019
Um refúgio das tempestades da vida
Julho de 2019


Série: Escolha Ter um Dia do Senhor Significativo

Um refúgio das tempestades da vida

“Honre o Dia do Senhor como uma forma de retidão — que este dia abençoe e fortaleça nossas famílias — que aumente a nossa felicidade — que nos separe das coisas frívolas, inadequadas ou imorais de nossas vidas.”

Quando olhamos à nossa volta, vemos acontecimentos tristes e chocantes: acidentes, desastres naturais e as consequências das desumanidades do homem, uns contra os outros. O mundo hoje, parece mais agitado, mais complicado e menos estável. Ao testemunharmos tais eventos, é fácil de nos tornarmos amedrontados e perturbados — mas as palavras calmantes do Salmos 46:10, “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” trazem-nos consolo e segurança.

Até mesmo as rotinas diárias podem ser assustadoras, enquanto provemos pelas necessidades da vida para as nossas famílias, cuidamos e ensinamos nossos filhos, cumprimos os deveres de nossos chamados na Igreja e encontramos tempo para aprender e crescer como filho ou filha de Deus. Muitas vezes podemos nos sentir sobrecarregados e desafiados. O Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou uma forma de encontrar paz e calma em tempos difíceis, quando disse: “Santificar o Dia do Senhor é um refúgio das tempestades desta vida”.1

Poderá ser assim tão simples?

O quarto mandamento, conforme registado por Moisés em Êxodo 20:8, diz: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.” Sabemos que este mandamento foi dado primeiro a Adão e Eva — e continua em vigor até hoje. Mas é mais que um mandamento. É um convênio: “Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas suas gerações por convênio perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre, porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e tomou alento.” (Êxodo 31:16–17)

Como incorporarmos o refúgio deste convênio em nossas vidas?

Primeiro, devemos lembrar que o evento mais significativo, mais único e mais refrescante de qualquer semana deve ser quando participamos do Sacramento — renovando nossos convênios batismais e concluindo os esforços de nossa semana de nos arrependermos de nossas falhas. O Élder M. Russell Ballard, Presidente Interino do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: “A reunião sacramental é uma ocasião maravilhosa e gloriosa. Quando entramos na capela e nos preparamos para receber o sacramento, devemos pensar em nós mesmos como sendo um santuário, um lugar sagrado e especial onde podemos contemplar Cristo e Sua admirável e gloriosa missão. Colocamos de lado as coisas do mundo e pensamos no que é eterno. Precisamos deixar de lado o celular e ponderar a respeito de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo”2.

Em segundo lugar, precisamos encontrar “deleite no Dia do Sábado”, quando às vezes parece difícil de encontrar. Em conversas com muitos adolescentes (e alguns adultos!) parece que o deleite não é a palavra que eles selecionariam para descrever o dia. Para muitos, os aspectos positivos incluem ir à igreja e rever seus amigos — especialmente para aqueles que são os únicos membros da Igreja em sua escola ou vizinhança. Para as famílias que estão ativamente envolvidas em atividades apropriadas, o tempo no Dia do Sábado parece voar. Essa é uma das razões do novo horário de duas horas, das reuniões Dominicais da Igreja — liberando mais tempo para a união familiar e a adoração pessoal.

Infelizmente, há aqueles que não planeiam e se preparam adequadamente para este dia especial de deleite, e deixam-se divertirem com atividades menos importantes ou mesmo inapropriadas para o Dia do Sábado. No final, o Senhor deixa que nós façamos as decisões para nós. Podemos nos beneficiar e participar da refeição e deleite deste dia sagrado, ou podemos continuar com cargas pesadas — e perder a doce paz e a calma que o dia poderia trazer à nossas almas.

O Salvador, quando desafiado pelos Fariseus por quebrar a tradição judaica no Dia do Sábado, respondeu: “E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:23–28).

Então, como celebrar este dia feito para nós?

O Presidente Russell M. Nelson, na Conferência Geral de abril de 2015, explicou a abordagem que tomava perante o Dia do Sábado: “Quando eu era bem mais jovem, estudei a obra de outros que tinham compilado listas de coisas ‘para fazer’ e coisas ‘para não fazer’ no Dia do Senhor. Foi só mais tarde que aprendi nas escrituras que minha conduta e minha atitude no Dia do Senhor constituíam um sinal entre mim e meu Pai Celestial. [veja Êxodo 31:13; Ezequiel 20:12, 20]. Com esse entendimento, eu não precisei mais de listas ‘do que fazer’ ou ‘evitar’ quando tinha que tomar a decisão sobre uma atividade ser ou não adequada para o Dia do Senhor, simplesmente me perguntava: ‘Que sinal quero dar a Deus?’ Essa pergunta fez com que minhas escolhas para o Dia do Senhor ficassem bem claras”3.

Honre o Dia do Senhor como uma forma de retidão — que este dia abençoe e fortaleça nossas famílias — que aumente a nossa felicidade — que nos separe das coisas frívolas, inadequadas ou imorais de nossas vidas.

Deixe que este dia sagrado se torne um refúgio das tempestades desta vida.

Notas

  1. Quentin L. Cook, “Firmes Como os Navios de Bristol: Dignos de Entrar no Templo — Nos Bons e nos Maus Momentos”, A Liahona, nov. de 2015, 42.

  2. M. Russell Ballard “Nosso santuário no Dia do Senhor”, A Liahona, junho de 2018, 80.

  3. Russell M. Nelson, “O Dia do Senhor É Deleitoso”, A Liahona, maio de 2015, 130.